Meus queridos estranhos ou conhecidos que lerão está carta acredite, eu tentei de todas as formas viver, eu tentei sorrir, me diverti, tentei fazer novos amigos, caridade, arrumar um novo emprego, procurar uma nova vida já que a minha já não me satisfazia. Todos os meus esforços foram inúteis, eu continuava deitando a minha cabeça no meu travesseiro à noite sem possui um mínimo motivo para querer acordar pela manhã.
Não se enganem; eu não possuía dividas, não havia sido traído, até porque eu não possuía família. Não se enganem; eu não passava por necessidades, a minha única necessidade era um motivo pra viver. Eu era tão rico, todos invejavam a minha condição financeira, não sabiam eles que eu invejava o simples sorriso que recebiam da família ao chegar em casa no final da tarde.
Desculpem se eu refiro-me já no passado, é que nesse momento meus caros; já me considero morto.
Vejo-me na melhor fase de minha juventude, meu corpo está em seu melhor estado, firme, jovem, com energia. Eu deveria ter um filho ou pelo menos adotar um, mas como alguém pode transmitir amor se esse alguém nunca foi amado?
Lembro da minha infância sinto falta do meu tempo de inocência, de bola, de pipa, de terra, de lama, de queda, de choro, de riso, de grito, de meleca, de sujeira, de criança. Não me restou daquele tempo um mero sorriso.
A mensagem que venho trazer meus queridos, é que aproveitem mais a vida, chega da correria do trânsito, da busca por dinheiro, da ambição, da hipocrisia, chega de fazer o que eu e mais milhões de pessoas fizemos durante toda nossa vida e acabamos esquecendo de viver. Mas que mesmo esses pedidos sendo impossíveis, meus caros, por favor, esse é um ultimo pedido de um morto, tentem.
Autora: Mayara Domingos
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