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sábado, 17 de dezembro de 2011

Crianças amadurecem mais cedo

Um tema atual e que cada vez está se agravando mais.


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O acesso a Internet e hábitos sedentários transformam crianças em pequenos adultos;

Nos dias atuais as crianças estão aprisionadas atrás de muros de suas casas ou fechadas em apartamentos. Os pais sentem apreensão quando saem de casa. A rua era local de brincadeiras e jogos infantis, agora é apenas a visão da janela do carro no caminho para a escola;   resultado de um mundo cada vez mais violento e cheio de vícios.

Na década de 60, vivia-se sob jugo da ditadura militar. A infância naquela época era desfrutada de forma mais simples. Existiam brinquedos, mas não eram sofisticados. No entanto, eram  as brincadeiras que inventávamos que nos traziam mais alegria e diversão. Os amigos brincavam nas calçadas de suas casas, exercitavam a criatividade e convívio com o outro, “cara a cara”, e não virtualmente.

Atualmente, as crianças se refugiam  nas telas da TV, trocam seus brinquedos por celulares, seus livros de histórias pela Internet, o álbum de figurinhas por vídeo game. Os pais passam o dia no trabalho, e já não têm tempo para os filhos e para suprir a ausência cedem aos caprichos e desejos consumistas.

Os efeitos nocivos da exposição aos meios de comunicação, principalmente a TV, expõe crianças ao consumo, conteúdos agressivos e sexuais que poderão desvirtuar o comportamento e até fazer com que a criança pule etapas de seu crescimento físico-emocional de forma irregular para o bom desenvolvimento de sua personalidade. A realidade é irreversível, o que pode minimizar essa situação? A relação pais e filhos construída com participação e diálogo desde os primeiros anos pode propiciar novas fontes de conhecimento e assim respeitar as diversas fases de seu desenvolvimento.

Para a dona de casa Maria de Jesus Leite, 64, a diferença entre a infância dos três filhos na década de 70 e o cotidiano da neta de oito anos, que fica com ela enquanto os pais estão trabalhando, é enorme: “Ela passa muito tempo em frente a televisão, só brinca com os  coleguinhas no colégio. Até o caminho para aula é feito de carro. Os meus filhos quando chegavam da escola, almoçavam e iam brincar na rua, e só voltavam à noite”.

As crianças querem parecer adultos. Agir, consumir o mesmo que eles.Os pais que passam a maior parte do dia fora de casa não conseguem acompanhar o ritmo e as mudanças constantes. Criança não quer mais ser tratada como criança.

A TV Cultura exibiu um episódio do desenho “Arthur”, em que uma garotinha da terceira série começa a repudiar todos os gostos e hábitos da infância. A menina critica a alimentação e as roupas da amiguinha – diz que segue as recomendações de uma determinada revista para o público adolescente, afinal ela é uma garota “madura”. 

Ela procura de todas as maneiras fazer coisas que não condizem com a sua faixa etária e até consegue entrar em uma reunião de adolescentes. As garotas permitem que ela entre de brincadeira no círculo “teen”, mas não a levam a sério. No entanto, durante a conversa com as “novas amigas”, ela não entende e nem gosta das mesmas coisas que as meninas do grupo. Ela percebe que ler uma revista  não faz dela uma adolescente. No final, volta para junto da amiguinha da terceira série e continua a fazer coisas próprias da idade.

Os pais sentem estranheza  quanto aos desejos de seus filhos e suas brincadeiras que não são tão inocentes quanto aquelas de sua infância, brinquedos e brincadeiras são deixados de lado cada vez mais cedo. Vários são os fatores que contribuem para isso:  estilo de vida sedentário, a alimentação cada vez menos saudável, além de informação e hábitos de consumo promovidos pela mídia. Os pequenos estão adotando o estilo de vida de adultos e conseqüentemente os problemas desses como ansiedade, stress e obesidade.

O consumismo é transmitido para as crianças como fator fundamental para se obter felicidade, cuja posse de determinados objetos torna algumas pessoas diferentes e superiores a outras. Isso muitas vezes orientará a criança para uma vida adulta egoísta e competitiva. A infância está perdendo o aspecto  lúdico, importante para o aprendizado. O consumismo desenvolvido pode também criar adultos desestruturados e infelizes.

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