Em teu sumiço não houve sangue.
Em tua despedida não houve perdões.
Em teu abraço não houve carinho.
Em teu último sorriso não pude sorrir contigo.
Tento ser forte a todo
E cada amanhecer.
Calei-me, escrevi, percebi
Que meu espelho não me enfrenta mais.
E esta curva da estrada que é a morte,
Que não pode ser vista,
Sentida, tocada.
Muito menos contestada.
Essas aí não são suas mãos,
São as minhas.
E seguras, minhas mãos buscam se impor
Após este salto terrível no escuro que tu deste.
Sustenta-me, querida utopia.
Para que eu nunca acorde
Para que eu não assista novamente
A novela que é a vida,
A novela que é a solidão.
Autor: Guilherme Pimentel
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